Assim disse Deodato

Also Sprach Zarathustra é uma composição de Richard Strauss baseada no livro homônimo de Friedrich Nietzsche (que discorre, entre outras coisas, sobre a recorrência eterna). Ela ficou famosa no mundo moderno graças à Stanley Kubrick, que a usou no seu épico futurista de horror de 1968, o definitivo 2001: A Space Odyssey. Desde então sua seqüência de abertura (a obra completa é composta de 9 seções e dura aproximadamente meia hora) ficou também conhecida como Also Sprach Zarathustra (2001)” e foi usada à exaustão nas mais diversas situações, de casamentos a comerciais de TV. Resultado: essa composição do final do século dezenove acabou se tornando parte integrante da cultura pop do século vinte (e também do século vinte e um, claro).

Eumir Deodato é um dos maiores compositores, arranjadores e produtores musicais que já nasceram na Terra Brasilis. Multipremiado e conhecido por sua incrível versatilidade e habilidade em misturar jazz, ritmos latinos, rock, funk e música sinfônica, Deodato já participou de mais de 500 álbuns de artistas como Kool & The Gang, k. d. lang, Björk, Elis Regina, Aretha Franklin e Ana Carolina. Além disso, Deodato tem uma carreira solo brilhante, sempre acompanhado de músicos de primeríssima linha como o guitarrista Stanley Jordan e o pianista Joe Sample.

Em 1973 Deodato lançou seu primeiro disco internacional, o clássico de capa verde, Prelude. Eu tive o privilégio e o prazer de crescer escutando esse LP (sim, Long Play, disco de vinil, garotada do terceiro milênio!!!) e agradeço aos meus pais por isso. Mas vamos falar aqui da primeiríssima faixa do disco, nada menos do que a versão D.E.F.I.N.I.T.I.V.A. da seção de abertura da obra de Strauss sobre a qual falei no primeiro parágrafo deste post. São 9 minutos de pura genialidade, ginga, virtuosismo e modernidade épicos que simplesmente renovam pra sempre a fé daqueles que acreditam que uma cover pode ser muito mais do que uma simples regravação. Não por acaso, essa versão foi usada na incrível e famosa “Leaving House Sequence” do ótimo filme de Hal Ashby estrelado por Peter Sellers, “Muito Além do Jardim” (Being There), de 1979.

[MP3] DeodatoAlso Sprach Zarathustra

Este post é dedicado à minha mãe, Márcia Rocha, e ao meu pai, Edner Braga, por terem me dado as fundações necessárias para eu poder me construir à minha maneira.

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