Listas 2009: Os Melhores Álbuns

Chegou aquela época do ano em que olhamos pros últimos 12 meses e refletimos sobre tudo o que aconteceu. Ou seja, fazemos listas!!!

E como não pode deixar de ser, hoje é dia de ver quais foram os 10 melhores álbuns de 2009 na minha opinião e colaborar para a edição 2009 do Music Blog Zeitgeist do The Hype Machine.

As mulheres dominam a lista com um placar de 6 álbuns contra 4 de artistas masculinos. Uma espécie de revanche, já que ano passado o placar foi de 6 para os homens, 3 para as mulheres e 1 para mistos. Porém, mais uma vez, o topo da lista vai para uma mulher, além delas ocuparem as 5 primeiras posições.

Caso você não tenha visto a lista do ano passado,  arrase aqui.

Vamos começar essa brincadeira gostosa? Então pula!

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10. Lily Allen – It’s Not Me, It’s You

Lily Allen - It's Not Me, It's You

Lily Allen retornou em 2009 para o seu segundo álbum, mais revoltada e desbocada do que nunca. Embora sua ironia e sua acidez continuem presentes, a música aqui mudou muito em relação ao seu primeiro (e ainda melhor) álbum "Alright, Still". Muito mais eletrônico e pop do que seu antecessor, esse álbum peca um pouco pela falta de inventividade nos arranjos vocais, mas ganha muitos pontos por faixas cheias de carisma e conteúdo, além de uma ótima produção de Greg Kurstin. Por confirmar o talento de Lily como letrista e pelas faixas muito bem produzidas, esse é o décimo melhor álbum de 2009.

Lily Allen – Fuck You

Lily Allen – Back To The Start

Lily Allen – The Fear

9. N.A.S.A. – The Spirit Of Apollo

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A dupla transamericana formada pelos DJs e produtores Squeak E. Clean e Zegon fez, sem dúvida, um dos álbuns mais ambiciosos e musicalmente ricos do ano. Lotado de participações de artistas como David Byrne, Lykke Li, John Frusciante, Santigold, M.I.A., Lovefoxxx, Karen O., o álbum prova que o hip-hop merece muito mais qualidade do que ele tem tido nos últimos anos. Com influências que vão do samba dos anos 1960 ao dancehall, a dupla e seus convidados fazem um disco de fino trato e qualidade superior que é o nono melhor álbum de 2009.

N.A.S.A. – N.A.S.A. Anthem

N.A.S.A. – Way Down

N.A.S.A. – The People Tree

8. Patrick Wolf – The Bachelor

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Sem dúvidas, o show incrível e cheio de energia dessa gay britânica de 2 metros de altura me fez gostar mais do álbum e ouví-lo com mais atenção. Com sua voz poderosa e dramática, seus arranjos sofisticados e seu mix de elementos musicais sem limites, Mr. Wolf transforma em música suas experiências ruins no amor, no mundo da música e na vida num disco enérgico e melancólico cheio de violinos românticos, batidas poderosas e guitarras raivosas. Por ser uma experiência intensa e sólida, esse é o oitavo melhor álbum de 2009.

Patrick Wolf – Hard Times

Patrcik Wolf – Damaris

Patrick Wolf – Battle

7. Chris Garneau – El Radio

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Essa outra gay, novaiorquina, é pura ternura. Nesse segundo álbum, mais sofisticado em termos de instumentação do que o primeiro, "Music For Tourists", Mr. Garneau nos mostra mais de seu imaginário melancólico (as bees tão dramáticas esse ano, né? risos) e remanescente da infância com canções belíssimas lideradas por sua voz doce e seu piano que soa como se fosse o som de seu coração. Um disco intenso, pra se ouvir do começo ao fim e com muita atenção. Por sua doçura e riqueza musical, "El Radio" é o sétimo melhor álbum de 2009.

Chris Garneau – The Leaving Song

Chris Garneau – Fireflies

Chris Garneau – No More Pirates

6. Röyksopp – Junior

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Essa dupla norueguesa continua sua ótima relação com vocalistas suecas nesse disco que é uma jóia do eletropop. Cheio de efeitos sonoros atmosferizantes e por vezes cinematográficos, "Junior", segundo a própria dupla, é um disco de canções de inocência e alegria com toques dramáticos. Sua contraparte, "Senior" (ainda sem data de lançamento) vai ser o contrário, com canções mais tristes e sisudas. Com participações de Robyn, Karin Dreijer Andersson e Lykke Li (que canta na faixa que mais evoca lembranças infantis, "Miss It So Much"), os dois noruegueses provam que nem tudo que vem da Escandinávia é frio e sem vida. Um disco para dançar, ouvir e cantar junto. Por seu pop fino e seu clima pra cima, esse é o sexto melhor disco de 2009.

Röyksopp – Röyksopp Forever

Röyksopp feat. Robyn – The Girl And The Robot

Röyksopp feat. Lykke Li – Miss It So Much

5. VV Brown – Travelling Like The Light

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Considerada pela BBC em 2008 como uma das promessas para 2009, essa negra alta e magra, com seu estilo vintage anos 1950/1960 de se vestir, entrega um disco totalmente pop e autoral ao mesmo tempo. Ela demonstra propriedade em misturar influências de new wave com sons eletrônicos dos anos 2000 e elementos Motown guiados por sua voz firme e proeminente. Com uma persona que me lembra a diva maior Grace Jones, VV Brown faz do seu álbum de estréia o quinto melhor disco de 2009.

VV Brown – Leave!

VV Brown – Back In Time

VV Brown – Shark In The Water

4. Lady Gaga – The Fame Monster

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A atual favorita dos gays fervidos ao redor do globo entrega um segundo álbum definitivamente melhor do que o primeiro. Essa espécie de complemento ao seu debut, "The Fame", mostra uma Stefani Germanotta mais madura em termos de letra, produção musical e apelo pop de qualidade. Determinada em fazer do synthpop o todo poderoso das rádios mais uma vez, Miss Gaga já está sendo imitada e idolatrada ao redor do mundo como renovadora e revolucionária da estética associada à música pop, embora ela mesma já tenha dito que nada do que ela faz surge do nada e sim de algo que já existe. Com tudo isso, a gatuxa vem provocando discussões sobre inventividade e criatividade no mundo da música, além de amor e ódio entre os gays em todo o planeta. Por ter quebrado meu preconceito contra sua música e provar que ainda existe inteligência na música pop estadunidense, Ladsy Gague (como eu carinhosamente a apelidei) fez do seu monstro da fama o quarto melhor álbum de 2009.

Lady Gaga – Alejandro

Lady Gaga feat. Beyoncé – Telephone

Lady Gaga – Dance In The Dark

3. Bat For Lashes – Two Suns

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Essa britânica de voz inconfundível entrega um segundo álbum continuando o que começou com o primeiro ("Fur and Gold"): expressar o seu íntimo e expor seu imaginário através de letras cheias de poesia e músicas cheias de atmosfera que circulam entre o pop e o experimental com uma facilidade de dar inveja. Com seus videoclipes oníricos e belíssimos para acompanhar suas canções ainda mais belas, Natasha Khan é, sem dúvida, uma das melhores herdeiras de Björk (que já foi vista em mais de um show da Bat For Lashes). Por sua beleza e sua poesia, "Two Suns" é o terceiro melhor álbum de 2009.

Bat For Lashes feat. Scott Walker – The Big Sleep

Bat For Lashes – Daniel

Bat For Lashes – Pearl’s Dream

2. La Roux – La Roux

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Apesar de ser uma dupla de um homem e uma mulher, a persona do La Roux é composta somente pela lindíssima e cheia de estilo Eleanor Jackson. Com suas letras extremamente pessoais e certeiras e seu synthpop à prova de balas (risos), os britânicos com nome francês conquistaram a massiva nação indie planetária e desagradaram mais um montão de gente que não gostou do excesso de oitentismo da ruivinha. Mas tudo isso não anula o frescor do som do La Roux. Nesse excepcional disco de estréia, a ruivinha se expõe e canta sobre amores infelizes, cores incolores, dores crescentes, a aventura de romances fadados ao fracasso, a mágica de paixões novas e flores provocativas com solidez musical e segurança de uma artista veterana. Por sua voz irresistivelmente estranha, sua música refrescantemente retrô e suas letras de qualidade altíssima, o La Roux faz do seu debut a melhor estréia e o segundo melhor álbum de 2009.

La Roux – Colourless Colour

La Roux – Tigerlily

La Roux – Bulletproof

1. Fever Ray – Fever Ray

feverray-feverray

Considerada uma das artistas mais bizarras e estranhas dessa geração, tanto pelo seu trabalho com seu irmão no The Knife quanto por sua voz única, Karin Deijer Andersson estréia seu projeto solo com um disco no mínimo hipnótico. Eletrônico, alternativo, incomum, atmosférico, extremamente introspectivo, sofisticado, excelente: esses são alguns dos adjetivos que consigo conferir a esse disco. A voz rasgada da sueca mais interessante de todos os tempos e sua predileção pelo uso de efeitos para descaracterizá-la (ou caracterizá-la ainda mais?) guia um disco que não foi feito pro rádio. Misturando mitologia nórdica, seu próprio imaginário de infância e desabafos de uma sinceridade desconcertante, Karin e seu raio febril me arrebataram como não acontecia há tempos e por isso fizeram o melhor álbum de 2009.

Fever Ray – Triangle Walks

Fever Ray – I’m Not Done

Fever Ray – Seven

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