Listas 2008: Os Melhores Álbuns

Pois é, meus amigos leitores, chegou o fim de 2008. E como não poderia deixar de ser, época de listas na blogosfera.

Eu não vou ficar de fora esse ano (como fiquei ano passado) de listar as melhores e as piores coisas de 2008. E começarei com um post para contribuir com o Music Blog Zeitgeist 2008 do The Hype Machine, o maior agregador de blogs sobre música da internet, listando aqueles que foram, para mim, os 10 melhores álbuns de 2008.

Vamos a isto? Depois do pulo.

10. The Last Shadow Puppets – The Age Of The Understatement

Quando começou o zumzumzum sobre o projeto paralelo de Alex Turner (Arctic Monkeys) com Miles Kane (The Rascals) eu não dei muita bola, confesso. Mas assim que vi o vídeo de The Age Of The Understatement e ouvi aquela música, decidi ir atrás e baixar o disco. Não me arrependo. Baroque Pop de altíssima qualidade, com um apelo roqueiro melancólico que é acentuado pelas vozes de Alex e Miles e pelos arranjos orquestrais incríveis de Owen Pallet (Final Fantasy). Por algum motivo que eu não sei explicar, esse álbum me soa tão sisudo ao mesmo tempo que é dramático, e é por isso que ele leva o título de décimo melhor álbum de 2008.

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9. The Presets – Apocalypso

Ouvi falar desse duo australiano lá em 2004, numa resenha que li sobre o primeiro álbum deles, “Beams“.A resenha, muito favorável, falava sobre como eles levavam a mistura de dance music, eletropunk e pop a um novo patamar logo no primeiro disco. Até me interessei na época, mas não fui atrás de ouvir o disco pra ver se era bom mesmo. Esse ano, estava eu passeando pelo YouTube quando esbarrei num vídeo recente deles, My People. O vídeo, incrível, acompanhava uma música, incrível, que me ganhou instantaneamente. Procurei de que álbum era a música e baixei Apocalypso. Ouvi o disco pela primeira vez numa tacada só e com muita atenção. Me apaixonei. Achei tudo naquele disco: raiva, romantismo, viagem, protesto e a voz poderosa de Julian Hamilton. Pela dance music eletropunk mergulhada numa atmosfera obscura e úmida, Apocalypso é o nono melhor álbum de 2008.

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8. Primal Scream – Beautiful Future

A Primal Scream ocupa a posição de minha banda favorita (Björk e Beatles estão num plano superior) desde 2003, quando ouvi “Screamadelica” pela primeira vez. Desde então, o microcosmos musical da banda me encanta profundamente, a ponto de me fazer revirar a internet atrás de raridades malucas, como o primeiro e cancelado single gravado em 1984, The Orchard (sim, eu consegui encontrar). Mas desde “Riot City Blues”, que não me agradou muito, a moral deles comigo caiu um pouquinho. Ainda bem que nesse ano eles resolveram voltar com um álbum recheado daquilo que eles sabem fazer de melhor: misturar rock e eletrônica com o que mais vier. Além do vocal de Bobby Gillespie ter voltado a sua lascividade natural, o som característico da banda se antenou com o que vem soando e tocando atualmente na música pop européia. E é essa volta aos bons tempos mantendo a atualidade do som que dá ao “Beautiful Future” o título de oitavo melhor álbum de 2008.

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7. Ladytron – Velocifero

Depois do seu disco mais roqueiro, “Witching Hour”, o Ladytron aterrisa em 2008 com uma mistura do álbum citado com seu antecessor, “Light & Magic”. Mantendo sua melancolia raivosa dark fashion, o quarteto continua levando o eletroclash pra frente e pra cima nesse quarto disco, onde as influências roqueiras e as guitarras continuam emergindo a uma posição de destaque no som do grupo. Desde o eletro total de Runaway ao quasi-folk de Versus, o álbum confirma a posição de destaque do Ladytron na música popular dos anos 2000, por isso ele é o sétimo melhor álbum de 2008.

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6. Sam Sparro – Sam Sparro

Graças à dica do Vick, eu conheci este garoto australiano danado. O cara faz um eletro-funk-disco com muita sensualidade e uma voz poderosa. Já nesse auto-intitulado álbum de estréia, ele conseguiu uma indicação ao Grammy e a admiração de Tina Turner e daqueles que procuravam um pouco mais de alma nas pistas de danças neonizadas do mundo. O disco é uma sucessão de faixas cheias de suingue, baixos poderosos e sintetizadores setentistas/oitentistas/noventistas/doismilistas (rs) coroados por vocais dignos dos mestres do soul e da disco. Por todo esse suingue com toques futuristas, esse é o sexto melhor álbum de 2008.

[MP3] Sam Sparro – Black & Gold
[MP3] Sam Sparro – Sick
[MP3] Sam Sparro – 21st Century Life

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5. Santogold – Santogold

Com sua voz rasgada inconfundível, Santogold presenteou 2008 com seu album de estréia cheio de mistura de influências que vão do indierock ao reggae passando pela new wave. Erroneamente classificada por alguns como uma cantora R&B por ser negra e estadunidense e como uma rapper devido às comparações com M.I.A., Santogold se afirmou como uma artista influenciada por outras coisas através de seu incrível, enérgico e atmosférico álbum homônimo. Ela circula com toda propriedade entre sintetizadores analógicos, guitarras obscuras, batidas sincopadas e quebradas através de seus vocais cheio de espírito e força, com momentos de ternura e outros de escuridão. Com esse estilo e personalidade marcantes, “Santogold” ganha o posto de quinto melhor álbum de 2008.

[MP3] Santogold – Creator
[MP3] Santogold – L.E.S. Artistes
[MP3] Santogold – Lights Out

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4. Metronomy – Nights Out

Nesse segundo álbum, o trio britânico dono de um synthpop estranho e único, mostra a que veio através de faixas que circulam entre o instrumental bizarro e o pop fofo (ou seria o intrumental fofo e o pop bizarro?). Bizarro ou não, fofo ou não, todas as faixas convidam a cantar junto (ou cantarolar no caso das intrumentais). Regado a guitarras e baixos pontuantes e sintetizadores que remetem a gaitas, sanfonas e saxofones, o disco já foi chamado pela blogosfera afora de melhor álbum do ano. Eu absolutamente concordaria se não fossem os três lançamentos do ano que ficaram à frente do Metronomy e suas noites passadas fora de casa. Por isso, e somente por isso, ele é o quarto melhor album de 2008.

[MP3] Metronomy – On Dancefloors
[MP3] Metronomy – A Thing For Me
[MP3] Metronomy – The End Of You Too

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3. Vampire Weekend – Vampire Weekend

Outro álbum homônimo de estréia que deu o que falar em 2008 foi o do quarteto novaiorquino Vampire Weekend. Misturando indiepop, afrobeat e baroque pop, a banda ganhou notoriedade por essa mistura e por seus videoclipes interessantíssimos. Nesse disco, que foi amado tanto quanto odiado por blogueiros ao redor do mundo, o grupo mostra que já é grande o suficiente pra contruir muito bem seu estilo se baseando em outros. E o resultado da inusitada mistura é um disco cheio de carisma, ambiência e energia. Mesmo nas faixas mais soturnas, o grupo consegue prender os ouvidos e a atenção do ouvinte através de suas letras espertas e um tanto quanto absurdas. Definitivamente a melhor estréia e o terceiro melhor álbum de 2008.

[MP3] Vampire Weekend – I Stand Corrected
[MP3] Vampire Weekend – Cape Cod Kwassa Kwassa
[MP3] Vampire Weekend – M79

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2. Solange – Sol-Angel & The Hadley St. Dreams

Solange Knowles tem uma irmã mais velha que faz música pop descartável. Ela também ja fez o mesmo pop descartável. Mas, depois de um período conturbado na sua vida pessoal, ela resolveu colocar todos os seus talentos e influências pra fora pra exorcizar seus demônios da maneira mais bela possível. E neste álbum ela se afirma como uma artista que não fica embaixo da sombra da irmã mais famosa e sim de um guarda-sol das melhores referências da música negra e do pop. Ecos de Supremes e Marvin Gaye se misturam a toques de música eletrônica e hiphop classudo nesse álbum infalível em que Solange usa sua voz crua e retumbante para o bem de quem quiser ouvir. Simplesmente um álbum delicioso, que seria, fácil, minha escolha para o primeiro lugar desta lista se uma diva absoluta não tivesse retornado com um álbum devastador. Devido ao disco que levou o primeiro lugar sendo o que (e de quem) ele é, “Sol-Angel & The Hadley St. Dreams” é o segundo melhor álbum de 2008.

[MP3] Solange – Would’ve Been The One
[MP3] Solange – 6 O’Clock Blues
[MP3] Solange – Cosmic Journey (feat. Bilal)

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1. Grace Jones – Hurricane

Depois de 19 anos sem lançar um disco, a bitch original, a mulher que nunca envelhece, a beleza indestrutível, a voz de gelar espinhas e derreter corações, ladies and gentlemen, Miss Grace Jones volta devastadora com um álbum que faz jus ao seu título. Com letras instrospectivas pavimentadas por uma versão melhorada do estilo musical da sua melhor fase (“Warm Leatherette”, “Nightclubbing”, “Living My Life”, “Slave To The Rhythm”), neste album Jones se revela mais como compositora, tendo co-escrito todas as faixas do disco. Superando as expectativas de muitos, Jones coroa esse final de ano com um álbum a altura de sua artista e de tudo o que ela já fez e representa. Longa vida à diva e que venha mais um álbum mais devastador ainda do que este “Hurricane”, o melhor álbum de 2008.

[MP3] Grace Jones – This Is
[MP3] Grace Jones – Williams’ Blood
[MP3] Grace Jones – Sunset Sunrise

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